É comum que o mercado de trabalho para engenheiros e arquitetos experimente momentos de euforia e depressão. Em alguns momentos faltam profissionais para a imensa quantidade de projetos. Já em outros, faltam projetos. Os arquitetos e engenheiros brasileiros conhecem bem essa história.
Leia também Qual a melhor pós-graduação em Arquitetura para mim? Todo mundo vai trabalhar com construções sustentáveis mais cedo ou mais tarde
Isso acontece porque os períodos de grande demanda por esses profissionais costumam estar relacionados aos grandes projetos infrastruturas mobilizadas, em geral, pelo poder público.
Foi assim, por exemplo, na década de 1940 quando a criação da Companhia Siderúrgica Nacional e o domínio das técnicas de construção em concreto armado produziram um verdadeiro boom de construções no país.
Para entender como está o mercado de trabalho de engenharia e arquitetura hoje precisamos entender a evolução histórica da área no Brasil, onde estão as principais demandas atualmente e como as transformações do mundo estão mudando as perspectivas para essas profissões.
Reflexos da pandemia no mercado de trabalho de engenharia e arquitetura
O mercado de trabalho de engenharia e arquitetura sofreu importantes mudanças ao longo dos anos de 2020 e 2021. Com o surgimento da pandemia do covid 19 diversos setores sofreram retração, entretanto nos setores de arquitetura e engenharia os resultados positivos foram significativos.
Na arquitetura, apesar do cenário adverso, os profissionais, de forma geral, conseguiram se adaptar. Segundo o estudo realizado pela Archademy, startup que oferece soluções para arquitetos, 80% dos arquitetos entrevistados afirmaram que a procura por projetos para arquitetos e design de interiores aumentou no período da pandemia.
Foram entrevistados 900 arquitetos nos anos de 2020 e 2021. De todos os escritórios consultados para a pesquisa, 95,5% dos profissionais receberam demanda para a reforma de ambientes residenciais. Dessa parcela, 67,4% disseram ter recebido pedido de adequação do layout geral da casa; 65,8% para adequação da casa para o home office; e 58,4% para alterar os espaços.
Ainda de acordo com a pesquisa, intitulada “O impacto da covid-19 para arquitetos e designers de interiores”, 81% dos participantes relataram a percepção de que os clientes estão valorizando mais seus espaços.
Com o avanço das reformas em residências, o estudo identificou que 72% dos arquitetos e designers de interiores alegaram que muitos fornecedores estão sem produtos para a entrega.
Esse número refletiu no atraso de 67,4% nas obras e, com isso, os prazos para as entregas ficaram mais longos, e 77,8% dos profissionais concordam que esse número foi o maior em número de entregas dos anos pesquisados.
Os dados mencionados reforçam o aquecimento do setor de arquitetura e mostraram a reinvenção diante das adversidades.
O arquiteto tem a possibilidade de trabalhar nas mais diferentes áreas como:
- Planejamento e gerenciamento de reformas
- Execução e acompanhamento de obras
- Paisagismo
- Design de interiores
- Desenho de móveis sob medida
O SASP/SEBRAE-SP, em uma recente pesquisa sobre empreendedorismo na arquitetura e urbanismo, identificou que dos 770 entrevistados, 56,6% trabalham como autônomos. Dos donos de negócios próprios, apenas 16,1% têm funcionários.
A maior parte dos empreendimentos estão no mercado há mais de 10 anos e possuem um faturamento bruto anual de até 60 mil. O empreendedorismo na arquitetura não é uma tarefa fácil, mas os profissionais de arquitetura possuem a capacidade de se reinventar diante da gama de possibilidades existentes.
O empreendedorismo na arquitetura
Na engenharia, as perspectivas promissoras estão no setor de bens de consumo, de energia, do agronegócio e de telecomunicação. A procura por esses profissionais pode ser explicada pela crise financeira e, com isso elas deixaram de investir em áreas comuns, como transporte e segurança, para criar oportunidades em diferentes áreas, dando suporte à mercados que não eram explorados.
A revista Guia Salarial demonstra que a área de energia é promissora em virtude da sustentabilidade ser um assunto muito discutido. As empresas têm focado seus esforços em fontes renováveis, como a solar e eólica, criando um novo panorama para a atuação para os engenheiros.
A engenharia possibilita que o profissional tenha conhecimentos variados, facilitando o ingresso nesse ramo. Assim, ele pode aproveitar os mais diferentes recursos para atuar como autônomo.
O Ipea, em pesquisa recente mostrou que menos da metade (41%) dos engenheiros exercem suas funções iniciais mostrando a versatilidade e a abrangência da área.
Um diploma de engenheiro é uma janela para inúmeras possibilidades de atuação. Para evitar o desvio na carreira, as empresas precisam investir no profissional. Para reter talentos, é preciso oferecer remuneração atrativa e capacitação profissional.
O mercado de trabalho na prática
A vontade de empreender começou cedo para Lucas Ribeiro, professor de BIM na faculdade de Arquitetura e Engenharia da EnsinE. Durante a faculdade, ele percebeu que tinha mais aptidão pela área técnica, que era relacionado ao cálculo mental.
Após se formar, conseguiu seu primeiro emprego, trabalhando em uma empresa de pré-fabricados de concretos, sendo contratado como engenheiro de qualidade.
Depois de ficar um ano de empresa, Lucas se capacitou com a ajuda de livros e softwares, além de realizar diversos cursos na área com o intuito de se aprimorar e adquirir mais conhecimentos para aprender a gerenciar escritórios de engenharia.
Para aumentar sua visibilidade, ele conseguiu uma parceria com um escritório de arquitetura que tinha uma boa carteira de clientes, adquirindo os primeiros projetos no início de 2014.
Durante o primeiro ano, firmou parceria com os engenheiros de projetos de instalações que trabalhavam com este mesmo escritório de arquitetura.
Em 2015, Lucas e outros 4 engenheiros de instalações decidiram cancelar a parceria e sair do escritório para montar a MASP Projetos e Engenharia. Segundo Lucas, o maior desafio é adquirir uma boa cartela de clientes.
“Uma empresa só sobrevive se conseguir vender os seus produtos. Então, criamos estratégias e fomos em busca de parcerias, principalmente com escritórios de arquitetura, para criar networking e começar a fechar os primeiros contratos”.
Lucas Ribeiro
O engenheiro relata que o primeiro ano foi tímido, fazendo com que a sala fosse devolvida, pois precisavam cortar custos. Como saída, decidiram aderir ao trabalho home office.
À medida que os trabalhos eram executados de maneira mais eficiente, ficamos mais conhecidos e aumentamos nossa cartela de clientes.
A EnsinE oferece os melhor cursos de Pós-graduação e extensão para enriquecer seus conhecimento e ajudar no seu crescimento profissional. Consulte o nosso Site e conheça mais de 20 opções de cursos que podem fazer a diferença no ano de 2022.