Uma das coordenadoras da pós-graduação da Arquitetura, da Faculdade Ensine, Meriellen Nuvolari Mizutani, publicou no ano de 2021 um artigo com a temática voltada para o desenvolvimento social intitulado Indicadores de Sustentabilidade como ferramenta de gestão no planejamento urbano: um estudo sobre a cidade de Barueri.
O artigo é baseado em sua dissertação de mestrado na Revista Humanidades & Inovação, que é editada pela Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) e tem um Quali-Capes A2 (segunda melhor classificação para periódicos científicos) e tem por objetivo a difusão de estudos e pesquisas relativos ao conhecimento científico das áreas de Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas e Linguística, Letras e Artes, com especial enfoque para a linguagem e processos educativos, comunicação, educação e tecnologia, sociologia e processos de inovação gerenciais, sociais e tecnológicos.
O artigo de Meriellen Mizutani aborda o uso dos indicadores de sustentabilidade associados às novas agendas urbanas como forma de auxílio no crescimento ordenado das cidades, reduzindo as iniquidades e auxiliando as decisões políticas e estratégias empresariais dos gestores, objetivando a melhoria da qualidade de vida do cidadão e o uso equitativo dos espaços projetados.
Os resultados do estudo apresentam uma reflexão crítica sobre o uso de indicadores no planejamento urbano e o desenvolvimento sustentável das cidades. Para a construção do texto, a pesquisadora contou com a participação do Doutor Diego de Melo Conti, doutor em Administração e professor na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), que foi seu orientador durante a realização do mestrado em Cidades Inteligentes e Sustentáveis pela Universidade Nove de Julho (UNINOVE) entre os anos de 2018 e 2019.
A pesquisa desenvolvida caracteriza-se como qualitativa, através da mediação entre o teórico metodológico e conforme Minayo (2008) a realidade é exploratória descritiva proporcionando um maior conhecimento do problema com o relato de fatos e fenômenos. O estudo da cidade Barueri foi definido através da análise do seu IDHM e estruturou-se em entrevista semiestruturada na hélice quádrupla (governo, indústria, sociedade civil e universidade), observação participante e levantamento em campo realizada entre outubro e novembro de 2019 e a consulta de documentos oficiais do município, tais como o Plano Diretor, Relatórios Gerenciais, Resultados da implantação do Programa Cidades Sustentáveis dentre outros.
A delimitação da área de estudo foi determinada pela análise do IDHM da cidade de Barueri, selecionando as duas extremidades do ranking apresentado por Atlas Brasil (2019), sendo o mais bem classificado o bairro Tamboré/Alphaville com um IDHM de 0.936, no qual foi renomeado neste trabalho de Estudo 1. E o pior classificado dentro do ranking, o bairro Jardim Silveira com um IDHM de 0.729, no qual foi renomeado para este trabalho de Estudo 2.
Meriellen, acredita que o crescimento dinâmico das cidades nos faz repensar as formas do planejamento dos espaços urbanos tornando imprescindível a reflexão e a prática quanto a sustentabilidade, e assim, permitindo benefícios perenes às gerações futuras: “Usar indicadores associados às novas agendas urbanas, auxilia a um crescimento mais ordenado e sustentável, reduzindo as iniquidades e auxiliando as decisões políticas, estratégicas e empresariais dos gestores com o objetivo da melhoria da qualidade de vida do cidadão e o uso equitativo dos espaços projetados”. A partir de uma pesquisa qualitativa exploratória, buscou-se os princípios e conceitos do desenvolvimento urbano sustentável e o emprego de indicadores de sustentabilidade como uma ferramenta de planejamento urbano, especificamente o Programa Cidades Sustentáveis na cidade de Barueri.
Durante a construção do artigo o processo de urbanização das cidades, em específico da cidade de Barueri, serviu para a constatação das diferentes formas de segregação dentro de um cenário plural e divergente. A Observação das igualdades e desigualdades a partir do planejamento urbano de forma sustentável dentro dos dois bairros da cidade foi a forma de parametrizar o contraste dessas regiões. Barueri como uma cidade periférica possui particularidades e características que legitimam a segregação da periferia.
Ao comparar o PDE com a observação participante, Meriellen pode constatar que o mapeamento apresentado no documento é verídico tanto quanto a setorização e zoneamento, bem como a distribuição dos equipamentos públicos, sofre o processo de evolução e expansão, exemplo disso é uma unidade hospital em fase de construção na área de Estudo 2. O aumento do adensamento urbano, principalmente em relação a área de Estudo 2 pode ser observado tanto no PDE, bom como nos números apresentados de IDHM e dados do IBGE justificando assim a necessidade de um pensar mais sustentável para o desenvolvimento urbano devido ao crescimento e adensamento populacional.
Dentre os desafios apontados por Meriellen para um desenvolvimento urbano sustentável e social, apresentou-se a consolidação da cultura e conceituação da sustentabilidade dentro do órgão público e perante a população, isso devido ao seu caráter multidisciplinar. A cidade deve ser pensada como um ente dotado de um metabolismo circular e vida em constante pulsar. Medir a qualidade de vida urbana é primordial para a busca dos avanços em relação a esse metabolismo, perpassando a sustentabilidade do desenho urbano quanto a sua forma e ordenação eficaz, perfazendo para um olhar voltado às pessoas que habitam a cidade, atingindo os cinco pilares (prosperidade, paz, parcerias, planeta e pessoas) dos objetivos para um desenvolvimento sustentável. Para tanto é necessário desenvolver metas e medidas de forma clara para um real monitoramento do desenvolvimento da cidade e, o uso de ferramentas como indicadores, auxiliam na transparência e ordem no caminho para o atendimento dessas metas. Quer conhecer mais sobre o artigo publicado? Leia ele na íntegra através do link.
Sobre a escritora
Meriellen é arquiteta e urbanista e mestra em Cidades Inteligentes e Sustentáveis pela Universidade Nove de Julho, onde se dedicou a pesquisas sobre o planejamento urbano e a sustentabilidade e a cidade. Possui também MBA em Gestão de Projetos pela Faculdade Cidade Verde, Especialização em Docência em Artes pela Faculdade Cidade Verde, graduação em Tecnologia em Gestão na Construção Civil pelo Instituto Federal de São Paulo e graduação em Pedagogia pela Faculdade Aldeia de Carapicuíba, ou seja, passou boa parte de sua vida dedicada aos estudos e aprimoramento de seu conhecimento. Tem experiência de mais de 18 anos na área de Construção Civil, com ênfase em Engenharia, Arquitetura e Gestão, atuando principalmente nos seguintes temas: ferramentas de gestão, planejamento e orçamento, gestão de contratos e obras, projetos residenciais e corporativos, políticas urbanas, morfologia das construções, códigos e tecnologia da informação. É docente no curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Nove de Julho e na Universidade Anhanguera e coordenadora do curso de Pós-graduação em Construções Sustentáveis: Gestão de Projetos e Obras para Arquitetura e Engenharia da Faculdade EnsinE.