Uma das nossas coordenadoras da pós-graduação Arquitetura, Eduarda Beraldo, participou do 22º Congresso Mundial de Arquitetura, que ocorreu em julho no Rio de Janeiro. Promovido pela União Internacional de Arquitetos (UIA) desde 1948, o Congresso Mundial de Arquitetos desse ano foi realizado pela primeira vez no Brasil e, devido a pandemia, de forma on-line.
Teve participação de personalidades premiadas e reconhecidas na arquitetura mundial como Elizabeth de Portzamparc (carioca radicada há 50 anos na França), Solano Benitez (Paraguai), Marina Tabassum (Bangladesh), Kengo Kuma (Japão), Rui Leão (China), Carla Juaçaba (carioca radicada em Londres) e muitos outros.
Foram diversos os temas abordados entre debates e palestras: Cidades inteligentes, Desenvolvimento sustentável, Saneamento e uso das águas, Infraestrutura e eficiência energética, Mobilidade urbana, Assistência técnica para autoconstrução, Materiais e processos construtivos, Patrimônio e cultura, Assentamentos populares e Saúde Urbana.
As quatro temáticas para trabalho foram: Fragilidades e Desigualdades, Diversidade e Mistura, Mudanças e Emergências, além de Transitoriedades e Fluxos. O artigo da Eduarda Beraldo apresentado encontra-se na temática Fragilidades e Desigualdades pois aborda a presença e ausência de playgrounds nos espaços livres públicos, indicando que há uma deficiência na distribuição desses equipamentos em Juiz de Fora.
As atividades do congresso iniciaram em março, dividindo as temáticas mês a mês e, por fim, aconteceu uma apresentação do congresso geral em Julho. A coordenadora Eduarda Beraldo participou como autora de artigo e apresentou oralmente por meio de vídeo gravado e inserido na plataforma do congresso, disponível por dois anos para os participantes.
O artigo intitulado “Vitalidade em espaços públicos abertos: um estudo exploratório de playgrounds” fala sobre a relação dos equipamentos nas praças públicas de Juiz de Fora em relação ao seu estado de conservação e manutenção, bem como sua relação com a presença de crianças nesses espaços, identificando a vitalidade desses espaços livres na cidade.
De Juiz de Fora para o Mundo
O artigo da Eduarda teve a participação de Anna Paula Gonçalves, graduanda em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora e do Prof. Dr. Klaus Chaves, coordenador do núcleo Virtus_lab da Faculdade de arquitetura e Urbanismo da mesma Universidade, onde a pesquisa foi desenvolvida.
Eduarda é arquiteta, mestra em Ambiente Construído pela Universidade Federal de Juiz de Fora, onde se dedicou desde a graduação a pesquisas sobre planejamento urbano e os Espaços Livres Públicos da cidade. O estudo mostra a importância dos espaços públicos abertos no contexto geral das cidades e sua origem na Europa e na América no século XIX, revelando que a disponibilidade e qualidade de parques infantis no meio urbano pode tornar-se um auxiliador do bem-estar da população.
Os espaços livres públicos são fundamentais nas cidades uma vez que, quando apresentam boas condições, são capazes de proporcionar oportunidades de lazer, convívio e refúgio ao ar livre na malha urbana. Estes espaços auxiliam na ventilação e iluminação dessas áreas e, quando ajardinadas, ajudam no controle da temperatura (Robba e Macedo, 2002). O estudo teve como objetivo avaliar a qualidade e a diversidade dos parques infantis públicos e, para isso, a metodologia foi dividida em quatro etapas.
- Primeiramente as praças foram catalogadas e selecionadas para inserção na pesquisa;
- Depois foram utilizados dados secundários para número de pessoas, faixa etária e sexo dos frequentadores das praças;
- Na sequência, foi realizada uma auditoria presencial em todas as praças selecionadas onde foi realizado um levantamento quantitativo de visitantes em todas as praças da cidade (n = 104), registrando idade e sexo, também disponibilizado com qualidade e diversidade de equipamentos de playground;
- Por fim, os dados foram tabulados em gabinete e organizados para realizar análises quantitativas correlacionais.
Os resultados deste estudo apontam que a presença de playgrounds pode contribuir para o aumento de crianças nos espaços públicos da cidade, no entanto, em Juiz de Fora a quantidade de playgrounds em praças na cidade é muito reduzido, sendo presente em aproximadamente 50% dos espaços analisados.
Além disso, apontam para a necessidade de uma revisão do planejamento da praça da cidade para ampliar o número e a diversidade de parques infantis, potencializando o uso, conforto e a segurança dos usuários. Segundo Eduarda Beraldo, a experiência foi extremamente importante para seu crescimento profissional, uma vez que possibilitou contato com grandes nomes da arquitetura mundial.
Quer conhecer mais sobre o Congresso que aconteceu no Rio de Janeiro?
Acesse o site: uia2021rio.archi