Síndrome de Burnout: por que estamos todos cansados?

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A síndrome do burnout é um fenômeno que vem crescendo de maneira alarmante em todo o planeta. Caracterizada por um estado de esgotamento físico e emocional extremo, essa condição afeta milhões de pessoas em todo o mundo e tem se tornado uma das grandes questões de saúde pública.

Você se sente esgotado, sem energia, e cada vez mais distante do trabalho? Se a resposta for sim, você pode estar sofrendo com a síndrome de burnout, um problema que cresce a passos largos e afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

Mas o que é a síndrome do burnout, por que ela está se tornando tão comum e como podemos combatê-lo?

A resposta não é tão simples e passa por mudanças estruturais. Burnout é o reflexo na saúde física e mental de pessoas vivendo em um ritmo cada vez mais acelerado e intenso. A demanda por produzir ininterruptamente, o fluxo interminável de informação, a pressão social pela perfomance ótima: tudo contribui para um modo de vida insustentável.

Neste texto vamos entender o que é a síndrome de burnout, quais suas causas, seus sintomas e o que fazer para evitá-la.

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O que é síndrome de burnout?

O termo “burnout” surgiu na década de 1970, a partir do trabalho do psicanalista alemão Herbert Freudenberger, que observava o esgotamento físico e mental de profissionais que trabalhavam com vítimas de violência.

Freudenberger utilizou a palavra “burnout”, que em inglês significa “queimar até se apagar” ou “ficar esgotado”, para descrever o estado de exaustão profunda que esses profissionais apresentavam.

O termo rapidamente ganhou popularidade e passou a ser utilizado para se referir ao esgotamento profissional em diversas áreas, não apenas no trabalho com vítimas de violência.

Atualmente, a Síndrome de Burnout é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um problema de saúde pública que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

Evolução do conceito

  1. Década de 1970: Freudenberger utiliza o termo para descrever o esgotamento de profissionais que trabalhavam com vítimas de violência.
  2. Década de 1980: O conceito se amplia para incluir o esgotamento profissional em outras áreas.
  3. Década de 1990: A OMS reconhece o Burnout como um problema de saúde pública.
  4. Século XXI: O Burnout se torna um tema cada vez mais debatido e pesquisas aprofundam o conhecimento sobre a síndrome.

Por que o burnout está crescendo?

O burnout está crescendo devido a uma cultura da produtividade que pressiona os indivíduos a serem sempre mais eficientes, impulsionada pela competitividade no mercado de trabalho.

A constante conectividade proporcionada pela tecnologia nos mantém ligados ao trabalho 24 horas por dia, afinal, dificultando a desconexão e o descanso. Além disso, a instabilidade econômica e a insegurança no emprego aumentam o estresse e a necessidade de trabalhar além do limite.

O impacto do burnout é significativo: na saúde mental, leva a problemas como ansiedade, depressão, insônia e síndrome do pânico; na saúde física, pode desencadear doenças cardíacas, diabetes e doenças autoimunes. Para as empresas, o burnout resulta em baixa produtividade, absenteísmo e alta rotatividade de funcionários, gerando prejuízos econômicos.

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Mundo em crise, pessoas esgotadas

Durante o período da pandemia, sobretudo nos primeiros meses, os profissionais da saúde foram expostos ao trabalho excessivo, tendo que realizar jornada dupla em  muitos hospitais, além de conviver diretamente com a iminência de contrair o Covid 19 e transmitir para pessoas próximas da família.

Em pesquisa recente, aliás, a Fundação Oswaldo Cruz  (FIOCRUZ) analisou os reflexos da pandemia e do isolamento social na saúde mental dos trabalhadores de maneira geral, e revelou que os sintomas de ansiedade e depressão atingiram 47,3% dos profissionais durante a pandemia, no Brasil e na Espanha.

De acordo com a mesma pesquisa, 27,4% do total de entrevistados sofre de ansiedade e depressão concomitantemente , sendo que 30,9% foram diagnosticados ou fizeram tratamentos para doenças mentais no ano anterior.

O coordenador do curso de Enfermagem Intensiva da Faculdade Ensine, Pablo Corrêa, destaca a importância de identificar o burnout em trabalhadores de saúde, especialmente enfermeiros: 

“Nós, como profissionais líderes, precisamos reconhecer os enfermeiros que muitas das vezes trabalham em jornadas duplas de trabalho, e ter a sensibilidade de notar mudanças de humor desses trabalhadores e saber encaminhar para o suporte necessário”.

Síndrome de burnout é “doença da moda”?

Reconhecer o esgotamento de trabalhadores não tem nada a ver com modismos. Muito pelo contrário, falamos cada vez mais de burnout porque estamos mais conscientes e, naturalmente, mais cansados.

Diversos fatores contribuíram para a popularização do termo. Por exemplo, as mudanças estruturais no mundo do trabalho nas últimas décadas, como a globalização e a competitividade, aumentaram os níveis de estresse entre os trabalhadores.

Por outro lado, também existe hoje uma crescente conscientização sobre a saúde mental. Ou seja, a sociedade está cada vez mais consciente da importância da saúde mental e os tabus em torno do assunto estão diminuindo. Isso levou, por sua vez, a um reconhecimento institucional do burnout como doença ocupacional, o que também contribui para uma maior consciência sobre o problema.

No Brasil, por exemplo, a síndrome de burnout já é reconhecida como doença ocupacional, o que garante aos trabalhadores o direito a tratamento e afastamento do trabalho.

Sintomas do burnout

A sindrome de burnout tem como principal característica o esgotamento físico e psíquico, ocasionando uma série de sintomas que podem se manifestar das seguintes formas:

  • Fadiga extrema, dores corporais e enxaquecas
  • Sono excessivo ou insônia
  • Afastamento de pessoas próximas do convívio 
  • Depressão e ansiedade
  • Lentidão do raciocínio e perdas na memória
  • Alteração abrupta de humor
  • Crises de choro

Sem tratamento, o burnout pode trazer consequências preocupantes, como vício e abuso de substâncias, insônia e distúrbios alimentares, além de alterações fisiológicas como fadiga contínua, doenças gastrointestinais, cardiovasculares, ataques cardíacos, colesterol, diabetes, úlceras, dores e problemas femininos no ciclo menstrual. 

Como combater o burnout

O combate ao burnout é um desafio que exige ação individual, mudanças no ambiente de trabalho e uma nova cultura que valorize a saúde mental e o bem-estar de todos. Algumas ações importantes são:

  • Autoconhecimento: Identifique seus próprios limites e necessidades para evitar a sobrecarga.
  • Comunicação: Comunique seus limites aos seus superiores e colegas para evitar conflitos e frustrações.
  • Descanso: Defina horários para o trabalho e para o lazer, priorizando o descanso e atividades que te relaxem.
  • Organização: Organize suas tarefas e delegue quando possível para aliviar o excesso de trabalho.
  • Saúde mental: Busque ajuda profissional para lidar com o estresse e ansiedade.

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