Estudo sobre iluminação natural em poços de luz sugere revisões na legislação urbana e traz importantes reflexões sobre a legislação urbana e a sustentabilidade nas construções.
Pode parecer contraditório, mas em 2020 as casas e residências se tornaram os espaços mais importantes da vida coletiva. Isso porque atravessávamos os piores momentos da pandemia de Covid-19, quando quem pôde, ficou em casa para evitar o contágio.
Foi durante esse período que a coordenadora dos cursos de pós-graduação em Arquitetura da Faculdade EnsinE, Profª. Dra. Aline Gouvêa, se reuniu com os pesquisadores João Pedro de Melo Souza, Sabrina Andrade Barbosa e Klaus Chaves Alberto.
Para entender as condições de habitabilidade dos edifícios residenciais de Juiz de Fora, o grupo estudou a eficácia da iluminação natural em edifícios residenciais e suas regras de implementação na cidade.
Os resultados do estudo deram origem ao artigo intitulado “Desempenho da iluminação natural em poços de luz de edifícios residenciais”, publicado em 2024 na revista científica Oculum Ensaios, da PUC-Campinas.
Desafios da pesquisa
O estudo examina a eficácia dos poços de luz, uma solução arquitetônica crucial quando a iluminação natural pelas faces externas da edificação é inviável com foco nas normas urbanas de Juiz de Fora, Minas Gerais. “A maior importância do nosso estudo está no fato de que ele compara a legislação atual de Juiz de Fora para poços de iluminação,” explicou Aline.
O trabalho, desenvolvido em 2020 durante a pandemia, utilizou diferentes tecnologias para obter resultados. “Nós realizamos simulações computacionais em edifícios de 2, 4, 6 e 8 pavimentos, utilizando os programas de simulação, para verificar se as dimensões mínimas estabelecidas são suficientes.
Os resultados revelaram que as áreas mínimas estipuladas pela legislação não permitem níveis adequados de iluminância nos ambientes servidos pelos poços de luz. Além disso, foi observado que, embora os pavimentos superiores se beneficiem com o aumento do diâmetro do poço, essa ampliação não compensa completamente a perda de luz causada pelo aumento da profundidade do poço.
Especialista em sustentabilidade
A importância da pesquisa científica
Para a arquiteta, a publicação na Oculum Ensaios, uma revista com Qualis A2, representa um reconhecimento significativo. “A Revista Oculum é uma revista que não é fácil de publicar,” afirmou. “Ela tem o Qualis A2, que é o segundo melhor ranking de classificação. Conseguir publicar em uma revista assim gera uma credibilidade muito grande.”
Para estudantes e profissionais da arquitetura que desejam seguir uma carreira acadêmica, Gouvêa destaca que “publicar um artigo acadêmico exige muita dedicação”. “A pesquisa é intensa e deve estar sempre atualizada. É importante que o artigo seja inédito e que se siga rigorosamente as normas de publicação de cada revista”, conclui.
O trabalho também aborda a sustentabilidade, um tema cada vez mais relevante na arquitetura. “Muito se fala em sustentabilidade, e as pessoas pensam só em materiais,” destacou Aline, e completa “Sustentabilidade não é só isso. Temos que pensar na sustentabilidade do ambiente. Se tenho apartamentos com poços de iluminação, mas que precisam de luz artificial durante o dia, isso não é sustentável.”
O caminho da pesquisa
Para os estudantes da EnsinE, essa conquista de Aline Gouvêa é uma inspiração clara de que seguir o caminho acadêmico é possível e recompensador. Através dos cursos e eventos de arquitetura oferecidos pela EnsinE, os alunos têm a oportunidade de desenvolver suas habilidades, participar de pesquisas inovadoras e contribuir com novos conhecimentos para a área.
Você pode ler o artigo na íntegra acessando o site da Oculum Ensaios – https://periodicos.puc-campinas.edu.br/oculum/article/view/5560