Autora: Eduarda Botti Beraldo – Arquiteta e Urbanista | Mestra em Ambiente Construído UFJF
A qualidade de vida tornou-se um tema muito em alta devido ao processo rápido de urbanização, que alterou a superfície das cidades. Assim, organismos internacionais como a ONU e a Organização Mundial da Saúde (OMS), têm desenvolvido algumas iniciativas para favorecer o bem-estar e a qualidade de vida nas cidades.
A percepção da Qualidade de Vida se divide em duas vertentes: a percepção objetiva e a percepção subjetiva.
Percepção objetiva
A percepção objetiva consiste em indicadores objetivos de qualidade de vida e incluem três ordens:
- Aquisição de bens materiais;
- Avanços educacionais;
- Condições de saúde (GONÇALVES E VILARTA, 2004).
Esse tipo de instrumento indicador, que se apoia em questões socioeconômicas relativas à aquisição de bens, desconsidera as subjetividades, assim como a muticulturalidade da sociedade contemporânea.
Dessa forma, segundo Minayo et al. (2000), a esfera objetiva de percepção de qualidade de vida lida com a garantia e a satisfação das necessidades mais elementares da vida humana: alimentação, acesso à água potável, habitação, trabalho, saúde e lazer.
Percepção subjetiva
Por outro lado, Minayo et al. (2000) tratam a esfera subjetiva de percepção da qualidade de vida, a partir de valores não materiais como:
- Amor, felicidade,
- Solidariedade, inserção social,
- Realização pessoal.
A esfera subjetiva de compreensão de qualidade de vida diz respeito ao estilo de vida. Ou seja, caracteriza-se como os hábitos aprendidos e adotados durante toda a vida, relacionados com a realidade familiar, ambiental e social (GONÇALVES E VILARTA, 2004).
Dessa forma, pode-se concluir que a esfera subjetiva de percepção trata dos sentimentos e juízos de valor dos indivíduos; todavia, leva em consideração os aspectos culturais do sujeito, do ambiente e local em que ele vive e as condições de desenvolvimento possíveis para sua vida.
Portanto, cada sociedade estabelece culturalmente seu padrão de vida, direcionando as expectativas e níveis de satisfação dos indivíduos.
Nesse sentido, uma das diretrizes mais recentes da Cidade Saudável da OMS, define uma cidade saudável como aquela que continuamente cria e melhora seus ambientes físicos e sociais e expande os recursos da comunidade. Assim, permite às pessoas apoiarem-se mutuamente na realização.
Uma das mais recentes iniciativas para garantir a qualidade de vida das pessoas pela ONU, se dá a partir dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para 2030. A meta indica como necessária a promoção de vidas saudáveis e bem-estar por meio de cidades inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis (UNIDAS, 2015).
E você? Avalia como a sua qualidade de vida? Sentiu que sua percepção mudou com a pandemia?