Por que as cervejas de Juiz de Fora são tão boas?

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Cervejas de Juiz de Fora seguem acumulando medalhas de ouro dentro e fora do Brasil e se destacando nos principais concursos da área. A cada ano, a cidade reafirma sua posição como um dos polos cervejeiros mais importantes do país, vocação que começou ainda no século XIX.

O ano ainda nem acabou e os cervejeiros juizforanos já podem encher o peito (e o copo) de orgulho. A conquista de medalhas nos maiores campeonatos de cerveja do continente reforça a posição da cidade entre os principais cenários da cultura cervejeira nacional.

E não é para menos. Só em 2024, a cidade mineira já abocanhou medalhas em pelo menos dois dos maiores campeonatos de cerveja do continente. Resultados que confirmam a vocação da cidade para o mercado de alimentos e bebidas e comprovam que o passado de pioneirismo e protagonismo na produção de cerveja de Juiz de Fora voltou com tudo.

Neste texto você vai descobrir algumas das cervejas juizforanas premiadas em 2024 e também entender, afinal, por que as cervejas de Juiz de Fora estão entre as melhores do Brasil?

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Triunfo nas Américas

Dois dos mais importantes concursos cervejeiros do continente, o Concurso Brasileiro de Cervejas (CBC) e a Copa Sul-Americana de Cerveja, tiveram mais um ano com participação importante de cervejarias juizforanas.

Nesses eventos, as cervejas da região mostraram como a tradição e a inovação podem criar cervejas versáteis, complexas e divertidas, conquistando os juízes e paladares mais exigentes.

A Copa Sul-Americana de Cerveja, em particular, foi palco de um verdadeiro show de talento das cervejas de Juiz de Fora.

A Cervejaria Mercesana, com sua Tatu com Cobra, uma Adambier com notas de caramelo, frutas escuras e um toque defumado, homenageou o estilo tradicional de Dortmund com maestria.

A SR Müller, por sua vez, brilhou com a SR DARK SAAZ, uma dark lager com suaves notas de café expresso e chocolate amargo, que conquistou o paladar dos jurados na categoria European Style Dark Lager.

A Hankz Bier também fez bonito com a Cookie da Vovó, uma Dessert Stout elaborada com 8 maltes especiais, biscoitos de doce de leite e extrato de avelã, uma verdadeira explosão de sabor.

Por fim, a Dakza Brewing, com sua Magia Wood, uma Russian Imperial Stout envelhecida em barris de madeira, demonstrou a expertise da cidade em produzir cervejas complexas e encorpadas.

Concurso Brasileiro de Cervejas confirma a excelência

No Concurso Brasileiro de Cervejas, as cervejas de Juiz de Fora também se destacaram, comprovando a qualidade e a diversidade de estilos produzidos na região.

A Dakza Brewing, além de conquistar ouro na Copa Sul-Americana, também levou ouro no CBC com sua pastry stout, demonstrando a consistência de seu trabalho.

A São Bartolomeu conquistou prata com sua Oktoberfest. As cervejarias Timboo, Gavioli, Mr. Tugas e Buona Cerva também subiram ao pódio com suas respectivas cervejas para reivindicar o bronze.

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De onde vem a tradição das cervejas de Juiz de Fora?

Os resultados obtidos pelas cervejarias de Juiz de Fora em 2024 demonstram a força da cultura cervejeira na cidade.

E não é para menos, afinal, não é de hoje que a cidade mineira conta com uma comunidade cervejeira apaixonada e engajada.

O talento juizforano para a produção de cerveja começa na segunda metade do século XIX. Foi com a chegada dos primeiros colonos alemães e austríacos contratados para trabalhar nas fábricas da região que a cultura cervejeira começa na cidade.

A chegada dos primeiros cervejeiros

Entre os imigrantes que chegaram à cidade em 1858, estavam também alguns cervejeiros de mão cheia. Foi assim que, cerca de dois anos e meio depois que os colonos se estabeleceram nas regiões mais montanhosas da cidade, surgiu a primeira primeira cervejaria de Minas Gerais, a Cervejaria Barbante.

Fundada em 1861 por Sebastian Kunz, a Barbante foi a primeira de cervejarias que conquistariam o mercado nacional nos anos seguintes. Para ficarmos em apenas alguns exemplos, podemos citar:

  • Cervejaria Barbante
  • Kremer de Castro
  • Cervejaria Dois Leões
  • Cervejaria Estrela
  • Cervejaria José Weiss

Cultura cervejeira

Segundo o historiador Roberto Dilly em entrevista ao Tribuna de Minas: “as cervejarias de Juiz de Fora não só fabricavam as melhores cervejas do Brasil como também promoviam no seu entorno a recreação”.

Dentre as atividades que aconteciam nas antigas festas da cerveja em Juiz de Fora, Dilly cita bailes, jogos, patinação e até parques de diversões.

Herdeiros de uma antiga tradição

A produção de cervejas caiu em todo o planeta em um período longo que vai da primeira guerra ao fim da guerra fria. No entanto, a revolução das microcervejarias iniciada nos EUA na década de 1980 começou a recuperação da tradição cervejeira. E o que animou os cervejeiros de lá, reanimou os cevejeiros daqui.

Com isso, a cultura cervejeira que esteve adormecida ou escondida em polos importantes como Juiz de Fora, Caxias do Sul e Blumenau, voltou a florescer. E o que temos hoje é um mercado que não para de crescer, gerando mais de 27 bilhões em salários e R$ 49,6 bilhões de tributos por ano. Em outras palavras, o mercado cervejeiro é um dos principais colaboradores para o crescimento do Brasil.

Com um passado tão rico, faz sentido ver as cervejas de Juiz de Fora acumulando os principais prêmios do ramo. Afinal, a cidade é peça fundamental da tradição e da renovação cervejeira. No país e no mundo.

É por isso que vimos surgir dezenas de novas cervejarias de sucesso nos últimos anos. Muitas delas, aliás, administradas por netos e bisnetos daqueles cervejeiros pioneiros de séculos passados. 

Hoje, além dos incontáveis cervejeiros caseiros, a cidade conta com mais de 20 cervejarias instaladas que combinam tradição, talento, criatividade, comunidade e paixão. É por isso que as cervejas de Juiz de Fora são tão boas!

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