Autora: Profª Drª Luciana de Lacerda
Você sabia que a acessibilidade de um local é um fator crucial na escolha de muitas pessoas para frequentá-lo? Pessoas em cadeiras de rodas, com baixa visão, com filhos pequenos, com filhos com espectro autista, obesos, assim como grávidas e idosos, valorizam o conforto e segurança que a acessibilidade traz.
Ok! Mas o que é acessibilidade? Segundo a NBR9050, “é a possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para utilização, com segurança e
autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações (…)”.
E você sabe de quem é a responsabilidade em aplicar a acessibilidade? A responsabilidade é de nós profissionais do projeto: Arquitetos, Engenheiros e Design de Interiores.
Nesse sentido, a eliminação total de barreiras físicas em espaços construídos e equipamentos urbanos, sejam eles públicos ou privados é nossa responsabilidade. Por isso que existe aquele quadradinho na RRT e na ART em que você tem que clicar falando que implantou a acessibilidade.
Quando projetamos sem pensar na acessibilidade estamos impedindo a entrada de pessoas por falta de infraestrutura para recebê-las.
Rampas, espaço de circulação e mobiliário adequados, sanitário adaptado, sinalização visual e tátil são fundamentais para que todas as pessoas frequentem espaços construídos com autonomia, conforto e segurança.
Acessibilidade em projetos arquitetônicos
Projetar com acessibilidade é um papel social dos profissionais que trabalham com projetos arquitetônicos.
Por meio dos nossos projetos temos o poder de incluir ou excluir usuários. Temos a escolha de acolher ou rejeitar, a opção de sermos projetistas com atitudes capacitistas ou projetistas inclusivos e conscientes. Uma construção dura muito mais que 20 anos. Como você prefere ser lembrado? Qual o legado você quer deixar?
Atualmente, o mercado vem impulsionado profissionais do projeto a mudarmos de postura e projetar de forma mais humanizada.
Ir além dos cuidados com a estética e função: sustentabilidade, conforto ambiental já estão se sedimentando como formas de pensar o projeto e o desenho universal é o próximo da lista.
A obrigatoriedade de integração dos conhecimentos em desenho universal em diferentes disciplinas do curso de Arquitetura e Urbanismo já está em vigor. Além disso, a consciência de projetar inclusivamente será construída durante a graduação.
E os profissionais que se formaram antes dessa determinação do MEC o que devem fazer? Devem estudar os princípios do desenho universal, entender sobre acessibilidade e, assim, desconstruir o preconceito de que projeto acessível e inclusivo é asséptico e frio.
Projetar com acessibilidade é desafiador, mas extremamente gratificante.
A Arquitetura humanizada vai além da aplicação das normas vigentes, ela diminui a desigualdade social e não faz distinção entre as pessoas: ser deficiente ou não, jovem ou idoso, destro ou canhoto, alto ou baixo, não faz diferença.
Os espaços construídos são para todos!