Na perspectiva da Educação Integral, o campo da experiência tem um significado muito importante como espaço potencial da formação de seres humanos, alunos e professores.
Terminamos a segunda década do século XXI, e esta afirmação parece cada vez mais atual. Tanto o conhecimento científico quanto as tecnologias nos ajudam a enfrentar um momento difícil e complexo de pandemia, que promoveu transformações intensas em todas as áreas da sociedade, e em especial, nos modos de educar.
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Por outro lado, mesmo com tanto conhecimento e tecnologia, vivemos momentos de extrema incerteza e grandes desafios.
Como dizia o T.S. Eliot, poeta do século XX, uma vez questionou: “Onde está a sabedoria que perdemos no conhecimento? Onde está o conhecimento que perdemos na informação?”. Com essa questão, vamos trabalhar a docência como lugar de protagonista, o mestre em seu ponto literal em Docência e tomada de consciência.
Novamente, o professor foi atrás de “se reinventar”, (expressão que se tornou clichê nos tempos de hoje), aprendendo ferramentas, mergulhando em cursos e formações para lidar com um cenário cada vez mais complexo.
Assim, podemos dizer que mais do que apresentar informação e possibilitar o acesso ao conhecimento teórico, a Pós-graduação em Educação Integral da Ensin-e pretende oferecer aos alunos um mergulho na experiência do conhecimento, para que eles aproximem-se ainda mais da sabedoria de educar.
Onde você deixou o seu conhecimento?
Na disciplina Docência e tomada de consciência, iniciamos o nosso percurso de experiência convidando o professor a olhar sua vivência profissional sob um ângulo diverso. Geralmente, os professores buscam cursos e estão constantemente empenhados em responder às demandas dos alunos e das instituições, enquanto os aspectos individuais do ser e fazer docente são poucos observados.
Quais foram os caminhos que levaram os professores à escolha desta profissão? Que tipo de aluno os professores foram? Quais aspectos da personalidade se expressam no fazer docente de cada indivíduo? Que afetos são mobilizados no professor dentro da sala de aula? Quais professores foram marcantes em sua trajetória?
Essas são algumas perguntas que o curso apresenta e procura responder, por meio das discussões, trabalhos e aulas.
Num segundo momento da disciplina, procuramos compreender que a tomada de consciência do fazer docente, dentro de uma perspectiva integral, envolve a percepção e a integração dos aspectos afetivos na prática profissional.
Os processos de ensino aprendizagem não são puramente cognitivo/racionais, e os aspectos emocionais de professores e alunos devem ser vistos como essenciais para uma educação que busque a sabedoria e o conhecimento, e não somente a transmissão de informações.
Assim, educar e aprender são vistos, dentro da proposta da disciplina, como atividades inerentes ao próprio desenvolvimento humano. Apresentamos teorias clássicas no campo do desenvolvimento humano (como as teorias de Piaget, Wallon e a psicanálise) enfatizando a construção do conhecimento e o desenvolvimento afetivo, como elementos para pensar a prática docente de modo ampliado.
A partir do conceito de tomada de consciência de Piaget, vamos desenvolver uma compreensão das ações que envolve não somente o “saber fazer”, mas o “saber como”, ou seja, tomar consciência de como e por que fazemos.
A disciplina pretende assim, aprofundar a visão do professor em relação a sua própria prática, relacionando-a com seus propósitos e trajetórias de vida, rumo à uma compreensão integral onde o fazer profissional não se dissocia do sujeito.