3 cuidados ao clicar: prática de atividades física nas mídias sociais

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É possível ter qualidade nas informações sobre a prática de atividades físicas nas mídias sociais?

Esta pergunta moveu o professor Santiago Paes, professor no curso de Educação Física da Faculdade EnsinE, em sua pesquisa de doutorado. Estimulado em avaliar a qualidade e o cuidado nas informações sobre prática de atividades físicas nas mídias sociais pelos influenciadores digitais, o professor se debruçou no caráter da pesquisa e foi à campo em busca de respostas.

Durante o período de quarentena, o uso da internet e das redes sociais se intensificou.  Atualmente, o Brasil tem 152 milhões de usuários de Internet.

Junto ao isolamento social, houve aumento do uso das redes sociais. Segundo um estudo realizado pela Kantar (empresa especializada em pesquisas de mercado), no Brasil em 2020, as redes sociais alcançaram uma taxa de aumento de 40% no uso em plataformas como Facebook, WhatsApp e Instagram.

Já a organização alemã especialista em informações de mercado e consumidores, Statista, em 2020, a taxa de penetração mundial em redes sociais diariamente foi de mais de 50% das pessoas do planeta, ou seja, 3.81 bilhões de indivíduos conectados por dia.

Dentre as redes sociais comumente utilizadas, o Instagram recebe maior destaque no Brasil, segundo uma pesquisa do Cuponation, feita no ano de 2020. Entre os usuários das redes sociais, o Instagram lidera a preferência com quase 50% de usuários, demonstrando um crescimento de 230% apenas nos últimos dois anos.

Mídias sociais

Pandemia e como se observou às atividades físicas nas mídias sociais

Sem dúvida alguma, o isolamento social, devido ao surgimento do novo Coronavírus (Covid-19), potencializou o uso de meios digitais para treinamento físico, aulas de ioga, entrevistas com celebridades, shows, entregas em domicílio, cursos on-line, e outros fins, como também a busca por informações.

Neste sentido, as redes sociais se tornaram a preferência quando o assunto é se informar. Mas, qual a qualidade dessas informações disseminadas nas redes sociais quando o assunto é atividade física?

A investigação privilegiou as mídias sociais mais utilizadas por indivíduos fisicamente ativos, que se exercitam ao ar livre, e dividiu-se em duas fases: inicialmente 463 indivíduos de ambos os sexos foram convidados a preencher um questionário cujas perguntas estavam ligadas ao perfil sociodemográfico, nível de atividade física, principais objetivos e busca por informações sobre a prática rotineira.

No entanto, em função da pandemia do COVID-19, o estudo seguiu para o cenário on-line, pulverizando os entrevistados em diversos estados brasileiros. Veja os dados compilados abaixo:

Gráfico quantitativo

(Os resultados descritivos da primeira fase demostraram que dos 418 indivíduos fisicamente ativos que se exercitam ao ar livre, 16,2% indicaram que se exercitam por conta própria, 22,9 buscam informações em mídias sociais, sendo o Instagram a mais citada, e apenas 33,8% relataram procurar profissionais (89%, professores de educação física), para obter informações sobre atividade física).

A análise qualitativa das informações postadas pelos influenciadores de educação física foi contemplada na segunda fase, revelando que o Instagram é a rede social mais citada entre os participantes da pesquisa.

Artigo em coprodução:

Recentemente, alguns professores do curso de Educação Física da Ensin.E publicaram um artigo em conjunto com foco na mídia social como uma plataforma poderosa para promover a educação em saúde.

O objetivo do estudo foi investigar como as informações em saúde são discutidas e divulgadas por pessoas que não possuem formação acadêmica específica, mas são legitimadas por suas experiências.

O artigo completo você lê aqui https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/20600

Sala de aula: 

Durante a pesquisa de doutorado, Professor Santiago também viveu a experiência de lecionar remotamente para os alunos da Educação Física da Faculdade EnsinE, por força da pandemia.

Inquieto como todo pesquisador deve ser, passou a observar entre os discentes a sede por informação com embasamento teórico e percebeu que seu próprio perfil pessoal no Instagram estava sendo utilizado como referência na entrega de conteúdo envolvendo atividade física.

Como médio influenciador e a partir da reflexão sobre os resultados de sua pesquisa, Professor Santiago Paes percebeu que o seu próprio conteúdo postado diariamente no Instagram precisava se adequar à linguagem da plataforma para obter mais sucesso em sua comunicação e engajamento com os seguidores.

Assim, passou a utilizar vídeos, memes e múltiplas imagens (carrossel), para sintetizar informações e facilitar o entendimento.

Grupo de Estudo:

Grupo de estudos Outra atividade do professor Santiago Paes baseada no Instagram é o Grupo de Estudos que acontece todo sábado, às 13 horas no perfil da instituição (@educacaofisica.ensine). A live é aberta para quem quiser participar e a gravação dela fica disponível na plataforma de estudos da própria faculdade.

Mais de 20 horas de estudo já foram produzidas, a partir de assuntos variados como “Avaliação física qualitativa”, “Prática de exercícios em jejum”, “Alongamento e flexibilidade muscular”, “Tipos de treino intervalado”, entre outros.

 

Pós-pandemia:

O mundo social digital está inerente à contemporaneidade, e efetivada com mais intensidade no período pandêmico, vai continuar entre nós, mesmo que em constante mudança de acordo com a inclusão de novas tecnologias. Por isso, as mídias sociais vão permanecer como fonte de informações para um número de usuários cada vez maior.

No entanto, é preciso haver discernimento quanto ao conteúdo consumido, sob risco de desinformação. Portanto, os três principais cuidados nas informações que o usuário deve ter ao procurar informações sobre exercícios físicas nas redes sociais são:

  • Avaliar as informações dos posts que os influenciadores publicam (se são vagas ou incompletas);
  • Verificar se as fontes (referências) são citadas, apoiando a credibilidade das informações passadas;
  • E, por incrível que pareça, verificar o número de seguidores do influenciador, pois a pesquisa apontou que quanto menor ele é, melhor a qualidade das informações postadas.

atividades físicas nas mídias sociais

Resultados da pesquisa sobre o cuidado nas informações sobre atividades físicas nas mídias sociais: 

“Os resultados demonstraram que influenciadores com menor popularidade, micro e médio influenciadores, além de publicarem conteúdo informativo mais robusto sobre a prática de atividade física apresentam melhores critérios de qualidade quanto as informações postadas”.

Além disso, foi constatado que influenciadores com maior popularidade apresentam menor correlação com critérios de qualidade associados a posts informativos sobre prática de atividade física”, resume o professor.

A investigação apontou que indivíduos fisicamente ativos, que se exercitam ao ar livre, além de buscarem informações sobre prática de atividade física com profissionais, também utilizam mídias sociais, especialmente o Instagram para essa finalidade.

Outro ponto destacado na pesquisa é que micro (entre 10 mil e 50 mil seguidores) e médio influenciadores (entre 50 mil e 100 mil seguidores) são os que mais publicam posts informativos sobre atividade física e com maior número de critérios de qualidade.

Por outro lado, os posts informativos das categorias macro (entre 100 mil a 1 milhão de seguidores) e mega influenciadores (1 milhão a 5 milhões de seguidores) apresentam baixa qualidade quanto as informações postadas no Instagram.

A pesquisa do Professor Santiago Paes nos informa muito sobre a sociedade em que estamos inseridos. Tais assuntos são amplamente discutidos dentro de sala de aula com os alunos da EnsinE, a fim de contribuir com uma formação ética e profissional, plugada com as tendências atuais.

Se é este tipo de formação que você busca, venha ser alun@ da EnsinE.

Professor Santiago Paes

Professor Santiago Paes

-Professor de Educação Física pela UFJF

-Nutricionista pela Unipac/Juiz de Fora

-PhD em Educação Física pela UFJF/UFV

-Pós-graduado em Atividade Física na saúde e reabilitação cardíaca pela UFJF

-Pós- graduado em Ciências do Treinamento Desportivo pela UFJF.

– Autor e coautor de diversos artigos científicos internacionais e nacionais e do livro Bases Nutricionais do Treinamento de Hipertrofia.

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