A saúde mental no esporte de alto rendimento tem recebido crescente atenção nos últimos anos, evidenciando a importância do bem-estar psicológico para atletas de elite. Esses atletas enfrentam pressões significativas para alcançar resultados excepcionais, lidando com altas expectativas, rotinas intensas de treinamento, competições frequentes e exposição pública, fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de problemas psicológicos. Historicamente, o treinamento esportivo prioriza aspectos físicos, técnicos e táticos, negligenciando a saúde mental. Contudo, nas últimas décadas, observa-se uma mudança nesse cenário, com maior reconhecimento do papel dos fatores psicológicos no desempenho de excelência. Este estudo realizou uma revisão de literatura nas bases PubMed, SciELO e Google Scholar, selecionando artigos dos últimos cinco anos com os descritores “saúde mental”, “alto rendimento” e “desempenho esportivo”. Após aplicar critérios de inclusão (textos completos, publicados em português/inglês e foco em atletas), nove artigos foram analisados. Os resultados apontaram quatro eixos temáticos principais: (1) prevalência e manifestações de problemas de saúde mental em atletas, mostrando que eles não são necessariamente mais resilientes que não atletas, com variações entre modalidades e gêneros; (2) impacto do treinamento intensivo na saúde mental, relacionando excesso de carga a sintomas psicológicos e queda de desempenho; (3) modelos de intervenção e abordagens terapêuticas, destacando estratégias interdisciplinares adaptadas ao contexto esportivo; e (4) aplicações da psicologia do esporte em outros campos, sugerindo benefícios de técnicas de treinamento mental para a saúde em geral. O Comitê Olímpico Internacional recomenda cuidados proativos, como avaliações regulares e acesso a suporte especializado. Esta revisão ressalta a urgência de integrar saúde mental e física no esporte de alto rendimento, visando tanto o bem-estar quanto o desempenho competitivo.