Entenda os transtornos alimentares nos esportes

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Transtornos alimentares nos esportes não são nada incomuns, especialmente entre atletas amadores. Porém, até os profissionais estão sujeitos a passar por esse tipo de problema. Ele surge quando a percepção que o atleta tem do próprio corpo fica distorcida, o que pode induzir comportamentos de risco.

Os transtorno alimentares são distúrbios psiquiátricos sérios caracterizados por uma perturbação persistente do comportamento relacionado com a alimentação.

De 1% a 4% da população em geral é diagnosticada com anorexia e bulimia nervosa, respectivamente. A ocorrência desses distúrbios entre atletas, porém, é assustadoramente maior. Estudos relatam maior frequência de distúrbios alimentares em atletas do que em não-atletas: 40% adotam comportamentos alimentares desordenados.

Consequências dos transtornos alimentares nos esportes

Se por um lado o treinamento físico proporciona o desenvolvimento corporal do atleta, por outro o expõem a problemas específicos da categoria de esportistas.

A preocupação com a estética corporal e a exigência técnica dos movimentos são alguns dos fatores que classifica atletas como grupo de risco para desenvolver transtornos alimentares.

Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição (DSM-V), a causa de transtornos alimentares é multifatorial, são eles:

  • Predisposições genéticas
  • Influências socioculturais
  • Vulnerabilidades biológicas
  • Vulnerabilidades psicológicas

A preocupação exacerbada com o corpo assim como o comportamento alimentar inadequado, devem ser alvo de atenção do Nutricionista esportivo que lidam diretamente com esse público, com o intuito de preservar o estado nutricional do atleta.

O desenvolvimento de transtornos alimentares pode levar a inúmeras complicações clínicas que prejudicam tanto o desempenho físico quanto a saúde física e mental de quem tem o problema. Dentre as consequências desse distúrbio entre atletas destacam-se:

  • Desidratação
  • Diminuição do poder aeróbio e anaeróbio
  • Redução da força e vigor muscular
  • Perda da coordenação motora
  • Irregularidade do ciclo menstrual (nas mulheres)
  • Perda óssea
  • Problemas gástricos
  • Inanição

Neste post abordaremos quais são os motivos que levam os atletas a desenvolver transtornos alimentares nos esportes.

Por que atletas podem desenvolver transtornos alimentares?

Embora os esportistas estejam expostos aos mesmos fatores de risco que os não-atletas, como influência da mídia e padrão de beleza imposto pela sociedade, diversos aspectos específicos dos esportes podem proporcionar riscos adicionais, tornando os atletas um grupo vulnerável à instalação de transtornos alimentares, como:

Ambiente Competitivo

O meio esportivo é conhecido por ser um espaço de cooperação e parceria entre atletas. Porém, há casos em que competividade ultrapassa o clima de parceira, impactando negativamente os atletas.

Nesses casos, a comparação tanto do desempenho quanto da aparência física entre colegas de equipe e adversários, pode resultar em um aumento da visão negativa em relação a seus corpos, quando não se atinge as expectativas competitivas, levando a busca um por padrão ideal.

Modalidades Esportivas de Risco

Estudos apontam modalidades esportivas específicas como desencadeadoras da insatisfação corporal e como de maior risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares.

É o caso dos esportes que valorizam a estética corporal magra (ginástica artística, nado sincronizado, patinação artística e saltos ornamentais), que exigem dietas rígidas de atletas no alcance e manutenção do peso considerado ideal para a obtenção de melhores
resultados.

Perfeccionismo e Cobranças Externas

Que existe uma grande pressão rondando sob os atletas todo mundo sabe, mas o que muita gente não tem ideia são as consequências de toda essa exigência. Muitos esportistas acabam sendo excessivamente críticos na avaliação do seu próprio corpo, o que pode resultar em uma relação negativa com a imagem corporal.

Estudos relatam que tal característica parece afetar mais atletas de esportes predominantemente estéticos (ginástica, nado sincronizado, etc) do que não-estéticos (futebol, basquete etc.), aumentando assim o risco de desencadeamento de transtornos alimentares neste grupo.

Além disso, colegas de equipe e treinadores podem influenciar o comportamento alimentar do atleta através de julgamentos e comentários sob a forma física, exigindo um determinado padrão corporal do atleta, com o objetivo de obter melhor desempenho atlético, sendo mais um fator de risco para transtornos alimentares.

Como Identificar o Risco de Transtornos Alimentares?

A investigação e o tratamento imediato de transtornos alimentares são fundamentais para a saúde do atleta. No entanto, o constrangimento e a dificuldade em admitir o comportamento alimentar inadequado, dificultam o diagnóstico precoce desses indivíduos.

Dessa forma, é imprescindível o trabalho da equipe multidisciplinar entre os profissionais da área de saúde (médico, psicólogo, nutricionista, educador físico etc.) ligados ao esporte, com o objetivo de detectar precocemente qualquer comportamento de risco que possa prejudicar a saúde do atleta.

A alimentação para esportistas é um assunto muito complexo. Não é por acaso que a demanda por especialistas nesse campo só cresce!

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