Desde os anos 90, o atleta Ramirez Pala cultiva uma relação de paixão e de (muita) dedicação com a ginástica de trampolim. Com apenas 5 anos adentrou ao universo esportivo e não saiu mais. Foram mais de 10 anos sendo considerado um dos principais atletas da seleção brasileira, participou 3 vezes dos jogos Pan-Americanos e foi campeão brasileiro 18 vezes.
De atleta a técnico esportivo
Com toda essa bagagem nas costas somada a graduação em Educação Física e mais outros cursos na área, em 2016 Ramirez fundou um centro de treinamento no bairro de Campo Grande, Zona Oeste do RJ. O espaço tem como objetivo desenvolver treinos de ginástica artística e ginástica de trampolim, com o foco principal na ginástica de trampolim, dando ênfase a treinamentos voltados para o alto rendimento no esporte. “O centro surgiu como uma terapia para mim. Com o sofrimento de não ter sido classificado para os jogos olímpicos, eu criei um espaço para ensinar o que eu mais sei fazer: saltar trampolim. Então, hoje, baseado nas minhas experiências, eu tento guiar os alunos para esse sonho de ser campeão brasileiro”, conta Ramirez.
Mas comandar um centro de treinamento de alto rendimento tem lá seus desafios. Especialmente na área de ginástica de trampolim, visto que ainda são poucos espaços que dominam a técnica. “É um desafio ser um dos primeiros. A gente começou como qualquer outra atividade, a criança chegava e já começava a fazer a aula. Com o passar do tempo, percebi que não é qualquer criança que já está fisicamente, tecnicamente e psicologicamente preparada para subir em um trampolim. Mediante a esses estudos, passamos a fazer uma ficha de avaliação, identificando os problemas do aluno para, assim, preparar o corpo e depois introduzi-lo na modalidade.
Por outro lado, ser o pioneiro também pode ser um diferencial. Como Ramirez tem uma longa vivência e extensa bagagem no esporte, foi natural passar esse conhecimento a diante. “Tem poucos lugares trabalhando a ginástica de trampolim, tanto por falta de embasamento científico, quanto por falta de vivência. A ginástica requer muito conhecimento. Como fazemos uma avaliação antes, conseguimos detalhar quem está preparado e quem não está. E para quem não está, temos turmas diferenciadas”, diz Ramirez.
Importante ressaltar o papel do profissional de Educação Física dentro desse cenário de alta performance. Por mais que a função do educador físico seja ajudar o aluno a promover saúde e orientá-lo de forma consciente, trabalhar com alta performance tem suas especificidades. “Trabalhar com alto rendimento é diferente do que a gente vê na academia. Não é sobre levantar peso e fazer circuito. Quando a gente fala de alta performance, estamos discutindo sobre a qualidade de exercício com boa execução. É sobre consertar o passo a passo do aluno, identificar as disfunções e corrigir, acompanhar o aluno milimetricamente. Ou seja, direcionar o aluno para ativar o seu corpo por completo, para assim, exercer a função que ele foi direcionada a fazer”.
Papo com os alunos da Ensin.E
Ramirez foi o convidado da semana da Ensin.E para conversar com os alunos de graduação em Educação Física sobre sua jornada como atleta e técnico de alta performance. O profissional ressaltou a importância da troca entre os alunos e os preparadores físicos. “Dividir com alunos da graduação minha bagagem, minhas experiências como atleta e técnico é de grande importância. Eu transformei uma frustração, que foi perder a vaga olímpica, em um centro de treinamento, o qual desenvolve uma metodologia universal que pode ser aplicada em outros clubes e espaços. É muito construtivo dividir essa história, pois os alunos podem observar os erros e avaliar o que eles querem para o futuro”, finaliza o atleta.
Quer saber mais sobre o nosso curso de Educação Física? Acesse: https://ensin-e.edu.br/categoria-curso/graduacao/educacao-fisica-graduacao/